Intolerâncias e alergias alimentares: biológicas ou sociais?
O texto abaixo foi escrito pelo PhD Antonio Lancha que é professor titular da Universidade de São Paulo.
"Na semana passada encontrei com uma colega da época do Doutorado (faz tempo). Ao lembrar-mos das disciplinas que cursamos, veio a tona o tema da moda: as intolerâncias e alergias alimentares. Comentei sobre um elegante artigo de um pesquisador inglês de Cambridge que aborda este tema.
Neste artigo o autor relata que um inglês em cada vinte possui alergia/intolerância alimentar. Agora quando indagado sobre esta possível alergia um indivíduo em cada cinco ingleses se auto refere com alérgico/intolerante a algum alimento. Essa aparente discrepância é apresentada ao longo da leitura como a alergia/intolerância de origem social.

As alergias e intolerâncias alimentares são situações sérias. Entre 1996 e 2002 foram registradas 64 mortes na Inglaterra por conta de alergias alimentares. Dados semelhante foram apresentado na China, entre 1980 e 2007, seis pessoas vieram a óbito por alergia alimentar.
Me parece claro que a verdadeira compreensão das necessidades nutricionais individualizadas não combina com o comportamento de manada manifesto por alguns grupos que atribuem a este ou aquele alimento e/ou nutriente a responsabilidade por engordarmos ou perdermos a saúde.
A ciência esta à disposição de todos. Esta democratização cientifica pode ajudar cada um a alcançar seus objetivos, sem terceirizar a responsabilidade do sucesso ou fracasso a determinado alimento/nutriente."
Fonte: Current Sociology 2015, Vol. 63(3) 369–386.I can’t eat that: The sociology behind the rise in food allergies and intolerances.
Nenhum comentário:
Postar um comentário