quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Treinamento de Força é para TODOS?

 A ideia de que o treinamento de força (musculação) é uma atividade restrita a jovens e/ou atletas não é incomum. Mas, com o aumento da incidência de doenças cardiovasculares e morte associadas a hábitos sedentários, o exercício assumiu um papel de destaque; contudo, o foco sempre esteve sobre o exercício aeróbio. Neste cenário, os exercícios de força seguiam preteridos, e mesmos os profissionais de saúde consideravam-os inadequados ou mesmo “perigosos” para outras populações que não a de atletas. 
  Entretanto, mais recentemente, a comunidade científica tem se atentado para a investigação da perda de massa muscular relacionada à idade (sarcopenia) e às alterações fisiológicas ligadas a ela, que vão desde comprometimentos funcionais, metabólicos e de composição corporal até o aumento da incidência de diabetes, doenças cardiovasculares, síndrome metabólica e de mortalidade por todas as causas. A literatura traz dados alarmantes e revela que a taxa de declínio na massa muscular assume valores na casa de 3 a 8% ao ano, a partir dos 30 anos,podendo chegar à marca de 5 a 10% por ano a partir da quinta década de vida. Uma vez que o tecido muscular influencia vários fatores de risco, a manutenção, ou diminuição da velocidade de perda, se torna um problema de saúde pública, fortalecendo, assim, o treinamento de força como ferramenta terapêutica e preventiva.
Muitos são os trabalhos dedicados à investigação dos benefícios do treinamento de força sobre os mais diferentes aspectos relacionados à saúde. Em relação ao envelhecimento, uma quantidade substanciosa de estudos demonstra que modelos relativamente simples de treinamento de força (algo como 2 ou 3 sessões semanais não consecutivas constituídas por 12 a 20 séries de exercícios) são suficientes para induzir aumentos de massa muscular em adultos de todas as idades (estendendo-se até os centagenários). Estudos científicos apontam para melhoras na força muscular, no controle do movimento, no desempenho de atividades da vida diária, na velocidade de caminhada e na independência funcional (autonomia), entre outros benefícios. Os efeitos metabólicos desta modalidade de exercício também são bem descritos e compreendem o aumento da taxa metabólica basal (estima-se que o aumento de 1kg de músculo treinado implique em um aumento de 20cal/dia), a redução da gordura corporal (incluindo a redução da gordura visceral, o que diminui o risco para desenvolvimento do diabetes), melhora da saúde cardiovascular e da saúde mental (incluindo aspectos como incidência de depressão, melhora da qualidade do sono e da função cognitiva, por exemplo).
Em conjunto, é seguro dizer que o treinamento de força é efetivo em reverter uma série de degenerações nas funções fisiológicas induzidas pelo envelhecimento, melhorando de forma marcante a qualidade de vida e reduzindo o risco de desenvolvimento de múltiplas doenças crônico-degenerativas além do risco de morte por todas as causas. Assim, por mais que a imagem de idosos caminhando no parque pareça mais trivial, não se espante ao notar o feliz aumento no número de indivíduos de meia e terceira idade engajados em programas de treinamento de força.
Fonte: http://www.cienciainforma.com.br/

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